quarta-feira, 7 de março de 2012

Pés para a frente, pés para trás


- Ó pai, brinca comigo;  Brinca comigo, vá lá.
- Está bem, e vamos brincar a quê?
- Olha, esta é a mãe, que sou eu e este é o filho, que és tu.
Normalmente este é o diálogo que existe entre mim e a Leonor, quando ela se apresenta ao pé de mim com algumas das suas bonecas preferidas  que nem um palmo chegam a ter de altura, mas que propiciam horas de entretenimento,  com grandes conversas  e aventuras entre elas, só possiveis no imaginário fértil de uma criança. Esta é apenas uma das brincadeiras que ela gosta, no entanto, há uma que se sobropõe a todas e que está relacionada com aquilo a que a leonor desde muito pequenita chama “os brinquedos” que mais não são aquilo que os adultos normalmente chamam de equipamento de parque infantil (baloiços, escorregas, balancés, etc.) de carro ou a pé, sempre que passamos junto de um local desses, aonde quer que seja, os lindos olhos dela inundam-se de um brilho fantástico e solta a frase: - Olha pai, brinquedos. Podemos ir? Vá lá, por favor.
E sempre que há algum tempo, lá vamos nós para os “brinquedos” , o balancé é interessante, o escorrega também, até permite outra brincadeira, não com o escorrega propriamente dito mas com a escada de acesso que a leonor diz ser a escada do avião e são muitas as vezes que brincamos às viagens de avião. No entanto em todo o parque infantil o preferido mesmo é o baloiço,  aí sim,  há divertimento a sério e sobretudo felicidade. Ainda recordo as primeiras vezes, era preciso ajudá-la para subir ao assento empurrar nas costas e ir repetindo consoante o movimento: - Pés para a frente, pés para trás.
No nosso quintal existem algumas árvores, e numa delas atei uma corda resistente com uma tábua a servir de assento  e já está montado o baloiço de casa, é facto que durante o inverno não teve grande uso, mas no seu aniversário a Leonor por entre dezenas de brinquedos ao dispor para brincar com as amigas, preferia ir ao quintal mostrar o seu baloiço.
- Estou a voar, viva, iupi.
- Olha pai, os meus pés chegam ao céu.
São as frases que mais consigo reter das visitas aos parques. Algum tempo depois, continua a ser preciso, em alguns, ajuda para sentar, mas : -Agora deixa-me, já sei andar sozinha. Vê. E eu vejo, é tão bom ser o teu pai.